Por Marcos Alencar 30-12-20 marcos@dejure.com.br
Resolvi escrever este post, registrando aqui as minhas impressões PESSOAIS quanto ao ano de 2020 e o que temos de expectativa para chegada do 2021. Segue em tópicos:
Em jan/fev, de 2020 tínhamos esperança de um excelente ano;
Em março, começou a tragédia no Brasil, com fechamento das cidades e dos negócios, mas com a “falsa” esperança de que o mundo resolveria a “gripezinha” por volta de julho, com remédios que diminuíssem a letalidade ou vacina (a Itália já enfrentava a mortalidade sem precedentes) e o mercado ainda acreditou que sairia dessa com facilidade;
Em abr/mai, “caiu a ficha” e tivemos as MPs – que foi muito positivo, porque o Brasil (pela primeira vez) socorreu os formais e os informais. Tivemos a suspensão dos contratos de trabalho e a possibilidade de redução de jornada e salário, com o governo bancando parte da redução e quanto aos informais, pagando um vaucher de 600,00;
Em jun/jul, com o vaucher, descobrimos 40 milhões de brasileiros na informalidade; que o home office foi ampliado centenas de vezes e que isso causou um aumento da conexão (agravamento da “falta de desconexão” do trabalho, aumento da ansiedade, da depressão, do Burnout, etc.); crescimento das compras online que trouxe junto logística, armazenagem, aumento da cyber segurança, aumento transportes aéreos de carta;
Em agosto, o Governo (e Congresso) agiram de forma correta ao prorrogar o BEM até 31/12/20, poupando 10 milhões de empregos (principalmente relacionados a bares, restaurantes, hotelaria (de negócio), aéreas e acessórios, etc.), o nível de desempregados (12,3 milhões de fev) se manteve;
Em setembro, tivemos a certeza de que o ano foi perdido;
Em out e nov, veio a segunda onda, mais incerteza no mercado de trabalho, desaquecendo o varejo e compras online;
Em dez, estamos com mais 1,4mi de desempregados fechando com 14,1, que poderia ser 25/27 milhões.
O que podemos considerar de positivo em 2020?
Esquecendo a tragédia (que ainda persiste), vejo de positivo:
- Crescimento consolidado do setor de EPIs (máscaras, gel, luvas, etc.), as pessoas perceberam que adoecem menos tomando os cuidados;
- nos tornamos mais digitais (mais “alfabaitizados”) em todos os segmentos da economia e também perante o setor público e judiciário. O zoom e outras ferramentas de conexão Telepresencial foram as vedetes;
- Ganhamos mais consumidores online saltamos de 19% para 34% e as vendas online cresceram 47%;
- O home office passou a ser uma realidade para sempre em muitas empresas;
- Lojas virtuais cresceram 230% (novas);
- Explosão da inclusão digital, mais compra de banda larga, 30% novos clientes, (investimento de 34bi e 40% a mais de reclamações;
- Governo percebeu que os programas BEM e Auxílio Emergencial, foram retroalimentados pela economia (gastos 42bi);
- Não tivemos saques e nem aumento da violência (quanto a bens de consumo) (nos estados unidos 26 milhões de pessoas estão sem dinheiro para comprar comida, 7% da população!);
O que esperar para 2021?
- Sem o BEM, poderemos ter desemprego em massa (não houve ainda recuperação plena de: Bares, restaurantes, hotelaria de negócio, setor aéreo, setor de eventos em geral;
- Teremos a terceira fase do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). A lei libera mais R$ 10 bilhões de participação da União no Fundo Garantidor de Operações (FGO);
- Continuamos com juros baixos e isso pode dar um “up” nos investimentos nas linhas de produção;
- O setor da construção civil (novas residências, reformas, infra estrutura (ex. 15bi em Angra 3 até 2025), etc) que gera muitos postos de trabalho e alavanca outros setores;
- Com a vacinação plena, até julho/21, teremos uma retomada “v” com força dos setores (daqueles que conseguirem sobreviver) Bares, restaurantes, hotelaria de negócio, setor aéreo, setor de eventos em geral, o que vai gerar mais postos de trabalho, cobrindo o vácuo deixado – caso o BEM pare de vigora realmente em dez/2020;
- O STF – Supremo Tribunal Federal em junho vai pautar a Reforma Trabalhista e o Congresso (com novas presidências) poderá retomar o contrato de trabalho verde e amarelo, para tentar trazer para a formalidade os 40 milhões de trabalhadores invisíveis;
- Maior fiscalização da Receita com o PIX o que gerará menor sonegação de impostos e INSS;