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Sexta, 29 de março de 2024

O desemprego tecnológico e os cortadores de cana.

A Rede Globo está de parabéns pela realização desta reportagem do Globo Rural. São 16 minutos de muita informação, dando uma visão imparcial do momento que estamos vivenciando neste setor. Temos o enfoque trabalhista, ambiental, tecnológico. O prazo para acabar com o corte manual da cana em áreas mecanizáveis tem como meta 2014, ou seja, daqui a 3 anos. Será que a profissão do cortador de cana vai desaparecer? Será substituído pelas cortadeiras mecanizadas, que uma só substitui a mão de obra de 80 trabalhadores? Sabemos que as máquinas não tiram férias, não adoecem, não trabalham horas extras, não fazem greve, etc. isso é um tremendo atrativo às Usinas. Qual o rescaldo social de tudo isso? De imediato, temos o desemprego. Muitos trabalhadores desqualificados (que não sabem ler e nem escrever, pex.) ficam marginalizados, à margem do mercado de trabalho, sem ter para onde ir. Nasceram e se criaram nos canaviais, sem chance de aprender outros ofícios. E o que fazer? Dar o peixe fresco ou ensiná-los a pescar? Não há dúvida que ao invés do “ouro” temos que proporcionar o “aprendizado” e a “sabedoria”. Isso requer maior trabalho, mais persistência, pois sustentá-los é mais fácil do que ensiná-los a trabalhar em outros ramos e atividades. É correto afirmar que as Usinas estão crescendo as áreas de plantio e absorvendo uma parte significativa nos setores mecânico, agrícola, de operação da máquina, enfim. Mas, a realidade é que muitos vão sobrar. Se esquecermos dos desempregados incapacitados, por um instante, percebemos que a mecanização é correta. Há lucros imediatos, retirando os cortadores de um trabalho considerado penoso. Abrimos aqui um parênteses para criticar os que tratam essa profissão como condição análoga a trabalho escravo, quando não é. A penosidade daqui é similar da Construção Civil, etc.. Retomando, os lucros na questão ambiental e de produtividade, também são muito positivos. Em resumo, percebo que estamos no caminho certo. Na reportagem, existe a ressalva de que considerável gama de trabalhadores vem de outros Estados, migram na busca de trabalho canavieiro, porque a sazonalidade do serviço em São Paulo diverge de outras regiões de cana, a exemplo do Nordeste. Porém, mesmo para estes existe um programa embrionário de desvio dessa massa trabalhadora para Cooperativas, no trato agrícola de frutas, hortaliças, calçados, panificação, etc.. Imagino eu no lugar de um trabalhador desses, que cresceu no canavial e não sabe ler e escrever, confesso que estaria desesperado, sem uma visão nítida do amanhã. Temos que pensar aqui que essas pessoas possui filhos, cônjuge, compromissos antes assumidos. É muita gente desempregada que precisa ser orientada para outros segmentos. Eu penso que temos que fazer um mix, dando um pouco de “peixe”, e, mantê-los, por uma determinada época (uns 12 meses) frequentando cursos de aperfeiçoamento, visando liberá-los após e permitir que eles aprendam a exercer outras atividades, sem permitirmos um vácuo de desamparo social. Conforme conclui a reportagem, temos que aproveitar o bom momento do Nordeste, que sofre com a falta de mão de obra, principalmente, àquela relacionada com o chão de fábrica. Temos estaleiros, fábrica de automóveis, indústria de auto peças se instalando aqui, portanto, é a hora desse pessoal ser capacitado e buscar – inclusive – noutras regiões, uma profissão melhor, menos penosa, que os realize como pessoa e cidadão. Vamos torcer. Clique aqui para assistir o vídeo >>  Rede Globo. https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2011/11/corte-manual-da-cana-deve-ser-substituido-por-maquinas-ate-2014.html]]>

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