O TEMPO QUE OS EMPREGADOS GASTAM NA INTERNET PODE SER FISCALIZADO?
CBN. No trabalhismo em debate de hoje, excepcionalmente na quinta-feira, mas que normalmente ocorre nas sextas as 10h45, vamos conversar com MARCOS ALENCAR sobre o tempo que os empregados gastam fazendo uso da internet, em assuntos pessoais, se isso merece ser contabilizado pelo empregador e se pode ser fiscalizado e combatido.
1 Essa semana houve na CBN Brasil um comentário de Daniela Braun, que o GOOGLE fez um jogo no seu navegador para homenagear o PACMAN, um jogo consagrado e isso aumentou muito os acessos ao site de busca. O sucesso foi porque as pessoas ao invés de acessar para buscar alguma coisa ficavam jogando. Isso gerou uma estimativa de uma consultoria RESCUE TIME {americana} que esses acessos desperdiçou 120mil horas de um grupo de empregados, analisados, que ao invés de trabalhar ficaram jogando. Será que isso está sendo visto pelo empregador brasileiro?
R. Bem, visto está, porque são muitas as empresas que criam normas internas de controle e de acesso a internet. Primeiro provocadas pela questão da segurança e em segundo plano para que se tenha mais produtividade mesmo. Eu ouvi o comentário da Daniela Braun, por sinal muito boa a coluna dela porque traz sempre assuntos novos e inusitados, e fiquem fazendo as contas de quanto se perde nisso. Mas… ao mesmo tempo imaginei o quanto se ganha, porque quem trabalhava conectado em uma máquina não aguenta fazer isso diuturnamente, porque cansa, deve sempre ter uma parada para um café, um papo informal de 2/3 minutos e ao retomar se sente renovado, eu falo isso por experiência própria e por ter conversado com algumas pessoas principalmente dessa área digital. Portando, a produtividade está atrelada a quantidade de horas trabalhadas, mas isso não é uma coisa matemática, uma relação direta, esta a minha opinião.
2 O empregador pode controlar esse acesso dos empregados para ter mais controle da produtividade?
R. Pode até proibir. Se a rede é da empresa e o equipamento também, o empregador pode restringir o acesso ou até impedir a connexão com o mundo da internet. Se o contrato de trabalho e as normas internas da empresas preverem isso, que o trabalho deve ser exercido e fica proibido o acesso a redes sociais tipo orkut, twitter, facebook, msn, etc.. o empregado terá que cumprir, legalmente é assim que a coisa funciona. Mas eu pergunto, e quanto a produtividade, será que a mesma está sendo atingida? Eu leio muito a respeito e me recordo agora das empresas lá do vale do silício, microsoft é uma delas, e é normal salas de leitura, de lazer, quadras desportivas, para que os seus empregados relaxem e também esfriem a cuca e produzam. E estas empresas são um boom de produtividade, de rentabilidade. Acho que o empregador deve analisar caso a caso, a depender do negócio. Se o posto de trabalho exige máxima atenção, ex. Um caixa. Não é interessante que ele esteja navegando em sites sociais. Mas se o empregado está relacionado a área de propaganda e marketing, já acho que faz parte do trabalho ele estar antenado, etc.
3 E o Sr que teve acesso a pesquisa, como se comportam os empregados que tem o acesso restrito a internet pelo empregador? Elas ficam satisfeitas?
R. Mário eu não tive acesso a pesquisa, mas ouvi o comentário da daniela e a mesma cita uma revista de segurança na rede, também americana, que faz toda uma avaliação de desperdício de horas em assuntos na internet que nada tem a ver com o trabalho e a grande conclusão dessa revista, é que os empregados entrevistados alegam que se houver restrição vão pedir as contas. O comentário para quem quiser ouvir, pode ser acessado no site da CBN no boletim cbn tecnologia da informação, acho que o empregador que está nos ouvindo agora e se interessa por este controle, antes de criar alguma regra deve ponderar isso, a satisfação da equipe, uma equipe feliz adoece menos, produz mais, o clima organizacional é muito importante no sucesso das empresas.
4 O sr. pode antecipar alguma dica, de como deve agir o empregador para lidar com esse problema, das horas desperdiçadas na internet?
R. Eu acho que deve ser buscado um entendimento e criado regras, mas estas normas internas devem ser conversadas e negociadas. Ex. Que os empregados vão ter x minutos de navegação livre na internet. Ou que o email pessoal pode ser consultado, mas não deve ser respondido no curso da jornada de trabalho; que jogos, sites de lazer, devem ser evitados ou fica proibido o acesso. O fato Mário é que o emrpegador deve fazer essa conta, pois não há dúvidas para ninguém que muitas horas de trabalho são desperdiçadas em assuntos que em nada interessam aos objetivos da empresa e nem para o qual está sendo remunerado o emrpegado, porém, não se pode também recomendar aqui que se coloque o trabalhador numa camisa de força, que ele fique impedido de ter um acesso, um lazer, um momento de relaxamento na web. Eu se fosse o empregador faria um estudo disso, há softwares hoje capazes de monitorar qualquer máquina e seus acessos, são até gratuitos, e analisando os números, a suposta perda, eu faria uma reunião com todos e buscaria montar uma regra para que fosse atendia a produtividade da empresa e ao mesmo tempo o lazer controlado dos meus empregados, visando tratá-los como parceiros, como pessoas que estão conscientes que aquilo pode mas que deve ser usado de forma moderada e consciente.
Sds MarcosAlencar]]>
CBN. Entrevista sobre uso da internet no trabalho.
- Marcos Alencar
- 03/06/2010
- 05:50
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